Imóveis com mais de 140 m2 foram os mais vendidos em SP

Casas e apartamentos com mais de 140 metros quadrados (m²) foram os imóveis mais vendidos em São Paulo em 2024. Esse dado, revelado pela plataforma Loft, é um reflexo da dinâmica do mercado imobiliário da cidade e de como as preferências dos consumidores estão mudando. Através de um levantamento que utilizou informações sobre o pagamento do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), fornecido pela prefeitura de São Paulo, a Loft analisou aproximadamente 71,4 mil transações imobiliárias e destacou a predominância de imóveis maiores nas vendas.

Os dados apresentados mostram que os imóveis acima de 140 m² representaram expressivos 71,7% das vendas realizadas. Em contrapartida, apartamentos e casas de tamanho médio, entre 91 e 139 m², totalizaram 14,9%, enquanto as menores unidades, com até 90 m², corresponderam a apenas 13,4% do total de transações. Essa polarização entre imóveis grandes e pequenos demonstra mudanças nas preferências de compra, especialmente em São Paulo, uma das maiores e mais complexas metrópoles do Brasil.

O crescimento nas vendas de imóveis grandes

Uma das informações mais relevantes do estudo foi a alta de 18,8% nas vendas dos imóveis com mais de 140 m². Essa categoria foi a que mais cresceu em comparação com outras dimensões. Enquanto isso, as vendas de imóveis menores aumentaram em 9,4%, e os médios tiveram um crescimento bem mais modesto, de apenas 6,3%. Examinar essas cifras nos leva a refletir sobre o que pode estar impulsionando essa tendência.

Um fator importante a considerar é a valorização do espaço. Em tempos de home office e de maior presença digital nas rotinas pessoais e profissionais, as pessoas começaram a procurar imóveis que não apenas abrigassem suas famílias, mas que também criassem um ambiente propício para trabalho, lazer e conforto. A necessidade de um “home office” confortável e de áreas amplas para receber amigos e familiares tem tornado os imóveis maiores mais desejáveis.

Além disso, a mudança nas dinâmicas sociais faz com que as famílias busquem por mais espaço residencial. Aqueles que podem adquirir imóveis maiores, muitos em função de um aumento na renda e da riqueza acumulada ao longo das últimas décadas, estão cada vez mais inclinados a investir em imóveis espaçosos que atendam às suas novas necessidades.

Valorização de preços e mercados emergentes

Os dados também mostram que os preços médios dos imóveis com mais de 140 m² subiram 6,8% em 2024, atingindo a média de R$ 863 mil. Algumas regiões, como a Vila Nova Conceição, tiveram aumento ainda mais significativo, com uma valorização de 53%, encerrando o ano com preços na faixa de R$ 4,98 milhões. A escassez de terrenos disponíveis em localidades nobres e a alta demanda que caracteriza essas áreas pressionaram os preços para cima.

Por outro lado, o crescimento nos preços dos imóveis não se limitou a locais tradicionais de valorização como Itaim Bibi ou Vila Mariana. São Mateus, na zona leste, destacou-se com um impressionante aumento de 43%, se consolidando como uma das áreas que ascenderam no mercado imobiliário, mostrando que o interesse por imóveis grandes está se espalhando por diversas regiões da cidade.

Em contraste, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Secovi-SP) apresentou dados que divergem dessa tendência. De acordo com suas pesquisas, os imóveis menores, principalmente aqueles com até 45 m², responderam por 80,6% das vendas no mesmo período, indicando que o mercado imobiliário é segmentado e que, ao mesmo tempo que há uma demanda crescente por espaços maiores, o público que busca unidades menores, frequentemente viabilizadas por programas de financiamento, também é considerável.

A busca por alugueis e a mudança nos padrões de consumo

Outro dado relevante no contexto do mercado imobiliário é a busca por aluguéis. O comportamento dos consumidores mostra um claro interesse em imóveis de até 50 m². Isso é indicado pelo fato de 34% dos cliques em anúncios de aluguel se concentrarem nessas unidades. Imóveis com 50 a 70 m² somaram 27%, enquanto aqueles de 70 a 100 m² foram alvo de 24% das buscas.

Esse comportamento pode ser influenciado pelo custo de vida em São Paulo, onde o aluguel de unidades maiores pode ser significativamente mais alto. Além disso, a urbanização crescente tem levado muitos a optar por morar em áreas de fácil acesso a transporte público e ao ciclo de serviços essenciais, mesmo que para isso tenham que abrir mão de espaço.

Imóveis com mais de 140 m² foram os mais vendidos em SP: reflexões e considerações finais

Compreender por que os imóveis com mais de 140 m² foram os mais vendidos em São Paulo em 2024 implica considerar vários fatores sociais e econômicos que moldam as decisões dos compradores. A pandemia e suas consequências contribuíram significativamente para essa mudança nas preferências, evidenciadas pela busca por imóveis maiores que possibilitem uma vida mais integrada ao trabalho remoto e ao lazer.

O aumento na valorização dos imóveis nesse segmento aponta para um mercado que ainda tem potencial de crescimento, ao mesmo tempo que revela a complexidade de um setor em constante evolução. As análises de dados, como as feitas pela Loft e pelo Secovi-SP, são fundamentais para entender as dinâmicas desse mercado e para que compradores e investidores tomem decisões mais embasadas. O futuro do mercado imobiliário em São Paulo parece promissor, refletindo um contexto urbano vibrante e um continuo desejo por espaço.

Perguntas frequentes

Qual é a principal razão para a valorização de imóveis grandes em São Paulo?
A valorização de imóveis com mais de 140 m² se deve, em parte, à demanda por espaço ampliada durante e após a pandemia, além da busca por casas mais confortáveis que comportem áreas de trabalho e lazer.

Os imóveis pequenos também estão vendendo bem?
Sim, segundo dados do Secovi-SP, imóveis com até 45 m² foram responsáveis por 80,6% das vendas no mesmo período, embora menos valorizados em comparação aos maiores.

Há diferença entre imóveis novos e usados nesse cenário?
A valorização é notada em ambos os casos, mas o aumento de preços e a demanda podem variar de acordo com a localização e o tipo de imóvel.

Quais bairros se destacaram na venda de imóveis com mais de 140 m²?
Bairros como Vila Nova Conceição e São Mateus se destacaram, com aumentos expressivos nos preços desses imóveis.

O que está impulsionando a busca por aluguel em São Paulo?
A busca por alugueis em imóveis menores é impulsionada principalmente pelo custo de vida, que faz com que muitas pessoas optem por espaços mais compactos mas em áreas mais acessíveis.

Quais são as perspectivas futuras para o mercado imobiliário em São Paulo?
As perspectivas parecem positivas, com um crescente interesse por imóveis maiores e uma valorização contínua de áreas nobres, além do aumento da flexibilidade no trabalho que pode continuar a influenciar as decisões de compra.

Em resumo, o mercado imobiliário de São Paulo está em constante mutação, e as preferências dos consumidores são um reflexo disso. Neste cenário, imóveis com mais de 140 m² foram os mais vendidos, mas o dinamismo da cidade continua a revelar diferentes facetas, refletindo tanto desafios quanto oportunidades.