o que fazer com o dinheiro esquecido?

Os brasileiros têm muito dinheiro esquecido em bancos, consórcios e instituições financeiras. Dados recentes do Banco Central apontam que o total chega a impressionantes R$ 9 bilhões, sendo que desse montante, cerca de R$ 6,9 bilhões pertencem a 46 milhões de pessoas físicas e aproximadamente R$ 2 bilhões a mais de 4 milhões de empresas. É curioso notar que quase um milhão de brasileiros têm valores a receber acima de R$ 1.000. Você já pensou no que poderia ser feito com esse dinheiro, caso ele continue esquecido? Neste artigo, vamos explorar as possibilidades de resgatar e investir esses valores, além de entender o que acontece se eles não forem recuperados.

Valores a receber: o que fazer com o dinheiro esquecido?

O primeiro passo para lidar com essa realidade é entender que o “dinheiro esquecido” não é apenas um número, mas sim uma oportunidade. Após resgatar seus valores, é fundamental escolher a melhor forma de utilizá-los. Isso pode incluir desde um investimento na educação dos filhos até uma reserva de emergência ou até mesmo a realização de um sonho, como viajar ou comprar um bem durável. Portanto, qual é a sua prioridade?

Para os quase um milhão de brasileiros que têm direitos a receber mais de R$ 1.000, as possibilidades de investimento são vastas. É sempre importante considerar o seu perfil de investidor, que é influenciado pelo seu apetite por risco, seus objetivos financeiros e o prazo em que você pretende utilizar esse dinheiro.

Possibilidades de investimento

Investir é uma maneira eficaz de fazer o seu dinheiro render, mas é fundamental escolher bem a opção mais adequada ao seu perfil e objetivos. O contador Roberto Lima Campos destaca que mesmo pequenos valores podem gerar um crescimento significativo a longo prazo, devido à taxa Selic atualmente em 11,75% ao ano. Com isso, um investimento de R$ 1.000 pode render cerca de R$ 117,50 em um ano e, em cinco anos, pode ultrapassar R$ 700 com a aplicação de juros compostos.

No entanto, o cenário não é o mesmo para todos. A maioria das contas que compõem os R$ 9 bilhões de “dinheiro esquecido” possui baixos saldos. Aproximadamente 64% dessas contas não têm mais do que R$ 10,00. Isso significa que, para a maior parte das pessoas, a possibilidade de investimentos mais robustos será limitada.

Assim, para aqueles com valores acima de R$ 1.000, várias opções de investimento podem ser consideradas:

1. Curtíssimo Prazo (até 2 anos): Se você precisa do dinheiro em breve, pode optar por Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com liquidez diária ou Tesouro Selic, que são investimentos seguros e de fácil acesso.

2. Médio Prazo (de 3 a 5 anos): Para quem planeja uma compra ou uma viagem, opções como CDBs com prazo específico e Tesouro IPCA+ podem ser adequadas. Além de apresentarem rendimentos superiores aos da poupança, têm um risco controlado.

3. Longo Prazo (acima de 5 anos): Para quem visa aposentadoria ou o futuro dos filhos, alternativas como planos de previdência (PGBL/VGBL), ações e fundos multimercados podem trazer um retorno maior e vantagens fiscais. Aqui, a paciência é a chave, já que o crescimento do capital se dá ao longo do tempo.

Como transformar esse dinheiro?

Transformar o dinheiro esquecido em uma oportunidade de crescimento financeiro é um passo essencial. Assim que você tiver acesso aos valores, comece a planejar como utilizá-los. Para isso, faça uma autoavaliação sobre o que realmente deseja: investir, gastar ou reservar?

Um dos passos mais importantes envolve a criação de um orçamento. Desenvolver um plano financeiro claro ajudará a identificar onde e como os valores podem ser melhor utilizados. Além disso, considere o impacto emocional e financeiro que esse investimento pode ter a curto e longo prazo. O conhecimento e a conscientização sobre suas finanças são fundamentais.

Roberto Lima Campos enfatiza a importância de não deixar o dinheiro esquecido. Restaurar o controle sobre suas finanças não apenas coloca você em uma posição mais forte, como também evita que valores significativos sejam perdidos para o Tesouro Nacional, caso não sejam resgatados a tempo.

Sim, se os valores não forem sacados, eles se tornarão parte dos ativos do governo. Embora haja a possibilidade de recuperação por meio de contestação ou ação judicial, essa é geralmente uma via burocrática e demorada.

Para onde ele vai caso continue esquecido?

A questão sobre para onde vai o dinheiro que não é resgatado é, sem dúvida, relevante. Quando o cidadão deixa de resgatar seus valores, esses montantes são incorporados ao Tesouro Nacional, o que significa que o governo pode utilizar esses recursos para diversas finalidades.

Embora existam opções legais para contestar essa incorporação, o processo tende a ser complicadíssimo e pode levar um tempo considerável até a resolução. Portanto, a melhor estratégia é sempre resgatar os valores assim que você souber que tem algo a receber. A sua proatividade em apropriar-se do que é seu não apenas é uma decisão financeira sensata, mas também uma forma de garantir que você não perca oportunidades que podem mudar a sua vida.

Perguntas frequentes

Essa é uma boa oportunidade para esclarecer algumas dúvidas comuns que muitas pessoas têm quando pensam sobre o dinheiro esquecido.

Essencialmente, o que é o “dinheiro esquecido”?

É o valor que você tem em banque ou instituições financeiras que nunca foi resgatado, como contas inativas, saldo de consórcios ou valores aguardando transferência.

Posso descobrir os valores a receber?

Sim, a consulta pode ser feita no site do Banco Central, onde você poderá verificar se tem algum valor a receber em sua conta.

O que acontece se não retirar meu dinheiro?

Caso o valor não seja resgatado, ele se tornará parte do Tesouro Nacional, e a recuperação pode ser contenciosa e demorada.

Qual a melhor maneira de utilizar esse dinheiro?

Dependerá de suas necessidades financeiras, mas uma abordagem inteligente inclui investimentos que se alinhem aos seus objetivos de curto, médio e longo prazo.

Se eu tiver dúvidas sobre como investir, onde posso buscar ajuda?

Existem muitos consultores financeiros e plataformas online que podem oferecer orientações personalizadas sobre investimentos.

Como posso me manter informado sobre possíveis valores a receber no futuro?

Fique atento a comunicados e informações do Banco Central, além de acompanhar suas contas e saldos regularmente.

Conclusão

O dinheiro esquecido pode ser uma excelente oportunidade para melhorar a sua vida financeira, desde que você saiba como lidar com ele de maneira eficaz. Ao resgatar esses valores e optar pelos investimentos certos, é possível transformar uma quantia que estava inativa em uma fonte de recursos para realização de sonhos, satisfação de necessidades ou construção de um futuro mais estável.

Investir são decisões que impactam não apenas nossas finanças, mas também nossa qualidade de vida. Portanto, não deixe essas oportunidades passarem. Busque sempre conhecimento, informe-se, faça escolhas sábias e, acima de tudo, esteja presente na gestão da sua vida financeira. Afinal, cada centavo pode fazer a diferença, e o que pode parecer “dinheiro esquecido” pode se transformar em seu próximo grande passo.